Conheça Reginalva Mureb, Diretora Executiva da AEGEA: Uma mulher à frente do seu tempo

O Jornal da Manhã passa,a partir de hoje, a fazer uma série de entrevistas com mulheres que são destaques na sociedade.
De líderes comunitárias a diretoras de grandes corporações, a mulher tem avançado nas conquistas de seu espaço e do respeito que merece. Nesta primeira entrevista, conheceremos Reginalva Mureb, 54 anos,Diretora Executiva da AEGEA, empresa líder no setor privado de saneamento básico no Brasil e presente em vários municípios catarinense, dentre os quais, Camboriú.

Mineira de Monte Claros, uma cidade de pouco mais de 400 mil habitantes, Reginalva é formada em Direito, tendo atuado na advocacia empresarial por 10 anos. Desde 2003, a advogada dedica-se à Regulação do Saneamento, objetivando a fiscalização dos contratos de concessão desse setor.
Na condição de gerente jurídica e assessora da AEGEA, trabalhou junto a várias presidências de concessão de saneamento no Rio de Janeiro.

Por meio de cursos em instituições como Insper, Dom Cabral, FGV e Universidade Estadual do Rio de Janeiro, nas áreas de gestão empresarial, estratégia, liderança, negociação e área financeira, Reginalva adquiriu conhecimento e alçou voos mais altos, sendo eleita por duas vezes Coordenadora do Comitê de Assuntos Jurídicos e Regulatórios da Associação Brasileira de Concessionárias Privadas de Saneamento, em São Paulo.

Em 2016, recebeu a proposta da AEGEA para assumir a Diretoria de duas concessões, o que, traduzindo, significa atender quase um milhão de pessoas no formato Parceria Público Privada no Espírito Santo.
Em 2019, a AEGEA a designou para atender as quatro unidades de Santa Catarina.

Jornal da Manhã : Reginalda, o fato de ser mulher altera a política interna da empresa que você administra?

Reginalda : Acredito que sim. A visão da mulher nos negócios conta com algumas peculiaridades.   Mas sempre aposto na complementariedade da visão feminina somada à masculina, na diversidade, em cada um trazendo o seu melhor para o alcance dos resultados.

JM :A senhora consegue perceber resistência pelo fato de ser mulher ?

R :As portas ainda são estreitas para a entrada das mulheres em cargos de alta direção. É fato. E precisamos trabalhar isso para que mais mulheres alcancem as posições que almejam. Dos 12 Presidentes da AEGEA espalhados pelo País eu sou a única mulher. Isso deve mudar. E passa por apoiarmos as mulheres que almejam cargos de direção.

JM :Depois que você assume um cargo de liderança, são os resultados e a forma como você os obtém que vão derrubar as resistências. E aí me refiro aos resultados financeiros, mas também aos ambientais, sociais e o respeito às normas de governança, de compliance.

Há uma tendência das mulheres acharem que têm que provar sempre a sua capacidade a todo momento. Para você ocupar um cargo de diretoria, a sua capacidade já foi antecipadamente testada.

No desempenho das funções, há sim os desafios postos para se aferir a performance periódica. Mas isso vale para todos os colaboradores e para os diretores não é diferente.

Tenho que me manter atraente para o mercado de trabalho, para as funções que proponho exercer.  Estar alerta às mudanças, inovações, ter capacidade de adaptação rápida e disposição para aprender sempre. E transmitir conhecimentos adquiridos a equipe. Formar novos profissionais.

JM : Pelo fato de ser mulher tem que provar constantemente que é capaz e que está onde está por mérito, como deveria ser com qualquer profissional e em qualquer empresa?

R :A AEGEA sempre desafiou as colaboradoras a assumirem funções não frequentemente exercidas por mulheres. Temos operadoras de Estações de Tratamento de Agua, de Estações de Tratamento de Esgotos, mulheres que operam centro de controle operacional, que chefiam área de tecnologia da informação, que lideram muitos colegas homens na condição de Diretora de Operação.  E com muitos bons resultados.

JM :A AEGEA tem políticas e posturas de “ensinamento”sobre o universo feminino junto aos seus colaboradores?

R :Aqui não permitimos preconceito racial,em nenhuma hipótese, assédio moral ou sexual, trabalho em desrespeito às normas legais. Incentivamos o respeito à diversidade. Nossas regras anticorrupção e de compliance se constituem em treinamento constante para os nossos colaboradores. Também temos critérios para nos relacionarmos comercialmente e apoiamos nossos fornecedores a adotarem várias das regras da companhia sobre condições de trabalho, sigilo de dados, compliance etc. É importante que toda a cadeia trabalhe dentro da legalidade.

JM :Sabemos que na pandemia, infelizmente, a violência contra a mulher aumentou muito, é assustador que, em pleno século XXI, o parceiro não aceite não como resposta. A AEGEA aborda esse assunto com seus colaboradores?

R : Na companhia, o RH trabalha com palestras e informações de modo a inibir qualquer tipo de violência. Promovemos e estimulamos engajamento das lideranças na sociedade. Pretendemos deixar um legado junto às comunidades onde atuamos.

Esse legado está referido aos resultados dos trabalhos que desenvolvemos e que trarão mais saúde à população, mais valorização imobiliária, mais inclusão social e desenvolvimento das cidades.

Mas também temos um compromisso de atuação social e somos sensíveis a temas como o da violência contra a mulher. A atuação para mudança dessa triste realidade está para todos nós e como empresa comprometida com a sociedade temos que trabalhar também neste sentido, nos envolvendo nos movimentos de conscientização, apoiando ações e atuação que inibam e punam a violência contra a mulher.

Reginalva Mureb Diretora Executiva da AEGEA