A soltura dos primeiros mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, os chamados Wolbitos, em Balneário Camboriú aconteceu nesta quarta-feira (27).
Neste primeiro momento a soltura acontecerá nos bairros Nações e Ariribá, no entanto, o processo se estenderá durante 26 semanas e contemplará também os bairros Municípios e Centro – vias ímpares até a Rua 2500.
Os Wolbitos que serão soltos em Balneário Camboriú foram produzidos na biofábrica de Joinville.
Conforme explica o diretor da Vigilância Ambiental, David Cruz, a partir de setembro as solturas passarão a ser realizadas semanalmente, sempre às terças e quintas-feiras, na primeira hora da manhã. “Por isso, é importante que as pessoas saibam como a soltura é realizada, para não estranhar a movimentação nos bairros. Um carro identificado da Vigilância Ambiental vai passar por estes locais, soltando, pela janela, os Wolbitos”, afirma.
O método, que também será implantado em Blumenau e expandido na cidade de Joinville, consiste em inserir a bactéria Wolbachia – que já está presente em cerca de 60% dos insetos – nos mosquitos Aedes Aegypti, impedindo o desenvolvimento das arboviroses em seus organismos, reduzindo, assim, a transmissão de doenças como a dengue, zika e chikungunya. “É muito importante que a população entenda que trata-se de uma bactéria natural, que já existe na natureza, presente, por exemplo, em abelhas e borboletas”, pontua David.
Ou seja, o método é seguro, natural, e não traz riscos às pessoas, animais e ao meio ambiente. “Cabe reforçar que os Wolbitos não migram de lugar, eles permanecem nas áreas onde são soltos e não voam a mais de dois metros do chão”, afirma.
Os Wolbitos soltos em Balneário Camboriú serão produzidos na biofábrica de Joinville, que desde o ano passado adotou o método e obteve resultados significativos. “O método é mais uma ferramenta de combate à dengue, que vem somar para a prevenção da doença. Ou seja, todos os outros cuidados e ações preventivas devem ser mantidas”, orienta David.
Política pública
A tecnologia do Método Wolbachia é respaldada por estudos científicos e já foi implementada com sucesso em diversas cidades do Brasil e do mundo, sempre com reduções expressivas nos casos de arboviroses. O método, uma ação complementar a outras de enfrentamento à dengue, é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e passou a fazer parte das políticas públicas de saúde do Brasil. Conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde, a estratégia é operacionalizada pela Wolbito do Brasil, empresa responsável pela maior biofábrica do mundo de Wolbitos.