Mudança no hino de SC tem PEC aprovada em comissão

O texto da PEC prevê que “as despesas decorrentes da aplicação desta Emenda à Constituição correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, consignadas no Orçamento da Assembleia Legislativa”. Porém, não há menção de valores.

Em relação a como o concurso público garantiria que a nova letra representasse os “valores contemporâneos da sociedade catarinense”, o deputado respondeu que “O edital do concurso estipulará regras e estas com isso assegurarão que a letra do novo hino represente os valores da sociedade catarinense”. Esta não é a primeira vez que a Alesc promove uma tentativa de mudança do hino de Santa Catarina. Nos últimos 20 anos, foram duas, conforme a própria assembleia.

Em 2004, o deputado Sérgio Godinho apresentou o Projeto de Lei 0113.9, que propunha a realização de uma consulta popular e, posteriormente, um concurso para escolher uma nova composição musical para o hino de Santa Catarina.

Já em 2010, o deputado Gilmar Knaesel, por meio do Projeto de Decreto Legislativo 006.9/2010, autorizou o presidente da Alesc a tomar as medidas necessárias para a realização de um plebiscito, com o objetivo de decidir sobre a alteração ou manutenção do hino estadual.

O hino do estado foi adotado pela Lei 144 de 6 de setembro de 1895, no governo de Hercílio Luz. A letra é de Horácio Nunes e a música, de José Brazilício de Souza.

Confira abaixo a letra completa:

—

Sagremos num hino de estrelas e flores

Num canto sublime de glórias e luz,

As festas que os livres frementes de ardores,

Celebram nas terras gigantes da cruz.

——

Quebram-se férreas cadeias,

Rojam algemas no chão;

Do povo nas epopéias

Fulge a luz da redenção.

—–

No céu peregrino da Pátria gigante

Que é berço de glórias e berço de heróis

Levanta-se em ondas de luz deslumbrante,

O sol, Liberdade cercada de sóis.

—–

Pela força do Direito

Pela força da razão,

Cai por terra o preconceito

Levanta-se uma Nação.

—–

Não mais diferenças de sangues e raças

Não mais regalias sem termos fatais,

A força está toda do povo nas massas,

Irmãos somos todos e todos iguais.

—–

Da liberdade adorada.

No deslumbrante clarão

Banha o povo a fronte ousada

E avigora o coração.

O povo que é grande mas não vingativo

Que nunca a justiça e o Direito calcou,

Com flores e festas deu vida ao cativo,

Com festas e flores o trono esmagou.

—–

Quebrou-se a algema do escravo

E nesta grande Nação

É cada homem um bravo

Cada bravo um cidadão.