Por que a visita de Nancy Pelosi a Taiwan é vista com maus olhos pela China e pode desencadear uma guerra?

A visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, a Taiwan movimentou o mundo nesta terça-feira, 2, e gerou rumores sobre um possível conflito entre duas grandes potências: Estados Unidos e China. A

deputada norte-americana está de viagem para a Ásia e não tinha deixado claro se iria ou não à ilha. Apesar dos inúmeros avisos de Pequim sobre as consequências que o ato teria e o alerta dado pelo presidente chinês, Xi Jinping, ao presidente norte-americano Joe Biden, Pelosi desembarcou em Taiwan.

Em resposta a essa ação, aChina anunciou ações militares direcionadas. “O Exército de Libertação Popular está em alerta máximo e lançará uma série de ações militares direcionadas para combater isso”, disse o porta-voz do ministério da Defesa, Wu Qian, em um comunicado, acrescentando que vão “defender a soberania nacional e a integridade territorial e impedir a interferência externa e as tentativas separatistas de “independência de Taiwan”.

De acordo com a agência de notícia estatal Xinhua, os militares chineses realizarão exercícios de tiro real e outras atividades em torno de Taiwan de 4 a 7 de agosto.

Especialistas explicam que a viagem “é vista como uma violação da soberania do território chinês”, pontua o cientista político Leandro Consentino, acrescentando que a ida da presidente da Câmara até lá sem que a diplomacia chinesa tenha mediado esse contato “soa como apoio e legitimidade ao pleito de Taiwan de se tornar cada vez mais independente de Pequim”. Por essa razão, a visita é vista com maus olhos pela China, porque os Estados Unidos “apoiam Taiwan se tornar um país independente” o que, consequentemente, “enfraquece a China e aumenta a tensão entre os dois países”.