Juíza do trabalho obriga testemunha a responder: ‘O que a senhora deseja, Excelência?’;

Uma juíza do Trabalho, de Xanxerê, no oeste do Estado, repreendeu, aos gritos, uma testemunha que estava sendo ouvida por videoconferência, exigindo que ela a tratasse com “respeito”. O vídeo da audiência viralizou nas redes sociais e gerou críticas à conduta da magistrada.

Durante o depoimento da testemunha, a Juíza Substituta Kismara Brustolin interrompeu o homem e disse: “Chamei a sua atenção, o senhor tem que responder assim: ‘O que a senhora deseja, excelência?’”. O homem ficou sem reação e não respondeu. A sequência aconteceu assim:

  • JUÍZA: “Responda, por favor”;
  • TESTEMUNHA: “Oi! Eu não entendi, desculpa!”;
  • JUÍZA: “Eu chamei a sua atenção!”;
  • TESTEMUNHA: “Responder qual pergunta, doutora?”;
  • JUÍZA: “Você tem que responder assim: O que a senhora deseja, excelência?”;
  • TESTEMUNHA: “Certo! Não estou entendendo”;
  • JUÍZA: “Repete!”;
  • TESTEMUNHA: “Pode continuar, por favor!”;
  • JUÍZA: “Repete!”;
  • TESTEMUNHA: “Sou obrigado a isso? Desculpa!”
  • JUÍZA: “O senhor não é obrigado, mas se não fizer assim seu depoimento termina aqui e será totalmente desconsiderado”
  • TESTEMUNHA: “Estou à disposição para esclarecer mais fotos que são inverdades estão no processo”.
  • JUÍZA: “Para! Para de incomodar! Bocudo”.
  • JUÍZA: “Deleta!”

A juíza decidiu desconsiderar o depoimento da testemunha, alegando que o homem havia faltado com respeito e educação. “Ele não cumpriu com a urbanidade e educação”, diz a magistrada ao advogado.

Pedro Henrique Piccini, advogado da empresa, tentou explicar que a testemunha estava em uma feira e que poderia estar com dificuldade de comunicação, mas também foi interrompido pela juíza.

*A reportagem tentou contato com o advogado para obter novos detalhes do caso, mas não obteve retorno até a publicação da notícia. O espaço segue aberto.