Laboratório contratado pela Emasa ‘explica’ as divergências entre os relatórios de balneabilidade das praias de BC

Toda semana o IMA divulga a balneabilidade nas praias do Estado. Concomitantemente Balneário Camboriú também realiza acompanha a qualidade da água para banho de mar, através de uma empresa contratada pela Emasa, Empresa Municipal de Água e Saneamento. A equipe técnica da Emasa enviou uma nota explicando o que eles consideram justificar essas divergências.

Segundo a Emasa, desde 2018, o município, faz o acompanhamento da qualidade da água do mar em 15 pontos, sendo na Praia Central e Praias Agrestes, e ainda, na Lagoa de Taquaras. Essa coleta e análise, é feita por laboratório confiável, credenciado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) e acreditado no INMETRO – atualmente o LABB Análises Ambientais. Sendo durante o ano uma vez por semana e durante a temporada – de 27/12/2021 até março 2022, três vezes por semana, justamente para ter um resultado mais real com a condição do mar.

Para a autarquia, é controverso comparar os resultados microbiológicos entre os laudos do laboratório contratado pela EMASA e do IMA, porque, segundo a empresa, as coletas foram realizadas em momentos diferentes, mesmo que tenham sido no mesmo dia e horários próximos, pois diversos fatores influenciam nos resultados bacteriológicos, por exemplo:

– Turbidez e concentração de sólidos suspensos, nos quais as bactérias podem se aderir formando colônias muito mais numerosas do que colônias soltas;
– Transparência da água, que impacta na incidência de raios UV, que por sua vez ajudam a matar as bactérias;
– Células vivas não são como os elementos químicos em geral, que simplesmente se dissolvem na água, as células não se distribuem homogeneamente na amostra.

Exemplos de causadores dos interferentes:

– Quando a onda quebra, levantam muitos sólidos, aumentando a turbidez e reduzindo a transparência;
– Chuva, reduz raios UV e aumenta a turbidez e concentração de sólidos suspensos;
– A correnteza, quando a onda volta, tampouco é homogênea ao longo da praia;
– Um banhista ou barco que passe perto do local de coleta na água, levanta areia quando pisa ou até mesmo nadando;
– Um animal morto ou dejetos de animais são grandes agregados de material rico em bactérias, então podem duas pessoas estar coletando lado a lado mas, em uma amostra ter resquícios de fezes e na outra não.

Já sobre o último relatório do IMA, para um ponto estar próprio para banho, deve haver menos de 800 Escherichia coli por 100 mililitros. Na semana passada, na coleta que o IMA fez dia 10, após as fortes chuvas, os índices chegaram a mais de 9000 E.coli/100ml em alguns pontos.

Esse número é muito alto, portanto, o ponto se torna impróprio independente das amostras anteriores. Nesta nova coleta do IMA na segunda, dia 17/01,  alguns pontos apresentaram menos de 60 E.coli/100ml voltando a estar próprio, e alguns mantiveram valores acima de 800 E.coli/100ml, mas não ultrapassaram 1.872 E.coli /100ml. Pela análise do relatório deles, mostra que houve uma melhora considerável, mas ainda assim, pela metodologia usada, não foi suficiente para tornar o ponto próprio.