O professor de artes do 9º ano da Escola Municipal Pascoal Meller, que em agosto foi exonerado da Rede Pública de Ensino de Criciúma acusado pelo prefeito Clésio Salvaro de ter utilizado de conteúdo inapropriado em sala de aula, entrou com ação contra o chefe do executivo por danos morais. Ele pede uma indenização de R$300 mil.
O nome do professor de 23 anos está sendo mantido sob sigilo. “Ele ainda tem medo de sofrer retaliações, confessa a advogada que está cuidando do caso, doutora Eduarda Viscardi do escritório de advocacia Leal, Viscardi, Zanette e Araújo. “Desde o início de todo ocorrido estamos acompanhando o caso e a ação vem no sentido de reparar os danos causados a ele por conta da fala preconceituosa e homofóbica, completou Viscardi.
Tentamos contato com o prefeito Clésio Salvaro mas ainda não tivemos retorno.
Relembre o caso:
25 de agosto:
O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, do PSDB, gravou vídeo sobre a exoneração de um professor da Rede Pública de Ensino acusado de ter utilizado de conteúdo inapropriado em sala de aula.
“Esse professor expôs video erotizado e nós não permitimos, não toleramos. Nas escolas do município enquanto eu estiver de plantão esse tipo de atitude não vai acontecer. Essa viadagem na sala de aula nós não concordamos”, diz o prefeito no vídeo.
Na gravação, Salvaro também alerta aos pais de alunos para que caso souberem de conteúdos considerados inapropriados que denunciem.
Na época a administração municipal emitiu uma nota oficial:
“O Governo Municipal de Criciúma, por meio da Secretaria de Educação, vem a público esclarecer que a prática pedagógica de professores da rede de ensino, é orientada a partir das Diretrizes Curriculares, por meio do Plano de Ensino Unificado. Esse plano reúne os conteúdos que deverão ser ministrados junto aos estudantes em cada ano letivo.
Ressaltamos que o episódio recente, envolvendo conteúdo inapropriado em vídeo apresentado por um dos professores, além de não constar no Plano de Ensino da Rede, estando, portanto, em desacordo com a proposta do Conselho Nacional de Educação, não será tolerado pela Administração Municipal de Criciúma.
Dessa forma, as medidas cabíveis em relação ao assunto foram tomadas, o profissional não faz mais parte do quadro de professores da Rede Municipal de Ensino, e os país que perceberem qualquer atitude semelhante podem fazer denúncia a Secretaria Municipal de Educação.”