Terminal Rita Maria na capital completa 40 anos de conexões, chegadas e partidas

Há 40 anos, no dia 7 de setembro de 1981, um show com a cantora Fafá de Belém reuniu milhares de pessoas para a inauguração do Terminal Rita Maria. Era o início de uma história  por onde hoje passam, diariamente, 10 mil usuários do transporte rodoviário intermunicipal, interestadual e internacional em Florianópolis.

“O Rita Maria é o verdadeiro coração de toda a malha rodoviária catarinense”, destaca o secretário de Estado da Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Vieira.

Em comemoração à data, será promovida uma exposição no hall do prédio, que busca compartilhar memórias e contar um pouco da história deste verdadeiro palco de conexões, chegadas e partidas há quatro décadas.

“Um dos momentos mais especiais da inauguração foi quando a Fafá de Belém cantou o Hino Nacional. Muitas pessoas se emocionaram”, relembra Joice da Silva Luiz, servidora aposentada que trabalhou durante 30 anos no Rita Maria. A inauguração contou ainda com uma corrida de kart, apresentação da fanfarra do colégio Instituto Estadual de Educação, corrida ciclística e um bolo gigante para a população.

 

Para João José de Mello Pereira, servidor do Rita Maria há mais de 30 anos, a construção do Terminal foi um marco para o desenvolvimento urbano de Florianópolis e de todo o Estado. O projeto arquitetônico do terminal foi desenhado pelo uruguaio Yamandu Carlevaro e, até hoje, é referência em todo o país. O telhado da construção é formado por 144 blocos de concreto de 24 toneladas cada um. “Era possível até caminhar dentro deles”, comenta o engenheiro do Departamento de Transportes e Terminais (Deter), Roberto Scalabrin.

Por conta do peso, foi preciso importar um guindaste especial da Alemanha para erguer e encaixar as estruturas. A obra durou cerca de três anos. “Foi um ingresso para a modernidade. Não tínhamos rodoviária e passamos a ter a melhor do Brasil naquela época, mais bonita que o aeroporto. Tinha até ar-condicionado”, acrescentou Scalabrin.

Antes de receber o terminal, na década de 1970, a área era utilizada para trocas e escambos de frutas, cereais e aves. ” As pessoas vinham de barco da parte continental, até a praia da feira, como era chamada a época, para fazer comércio e também como meio de se transportar entre uma parte e outra da ilha”, recorda Pereira.

 

Rita Maria era uma mulher negra, filha de escravos, que morava em uma casa rente à praia, no Centro, nos tempos do antigo Miramar. Ela ficou famosa por suas benzeduras e rezas, que oferecia aos marujos recém-chegados à Ilha, além de pratos de comida.

Era uma figura risonha, que recebia a todos com alegria. Por isso, deu nome ao terminal. Não há fotos dela, mas está imortalizada na escultura de sucata feita pelo gaúcho Paulo Siqueira, o escultor dos gigantes, em frente ao terminal. Paulo tem 38 obras do gênero espalhadas pelo mundo. Entre elas, a estátua do Desbravador, em Chapecó, Oeste do Estado; e da Virgem de Guadalupe, no México.

 

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