Nesta sexta-feira (5/2), o Ministério da Saúde (MS) e a Fiocruz realizaram cerimônia de lançamento do edital para a construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS). O documento abre licitação para contratação de investidores interessados em participar da construção do Complexo do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz), em Santa Cruz, no Rio de Janeiro. O edital será publicado ainda hoje (5/2), no Diário Oficial da União.
O diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Maurício Zuma, disse estar emocionado com o evento, lembrando que o Instituto chegou a este momento depois de percorrer um longo caminho, de estudos, reuniões e muita dedicação. “Temos clara e convicta certeza do papel estratégico que Bio-Manguinhos representa para o país. O Brasil tem importado uma grande quantidade de biofármacos para diversas doenças. O nosso desafio, o desafio de toda a Fiocruz, é superar essa dependência, o que será mais uma grande conquista da instituição. Desta maneira poderemos atender plenamente a todas as demandas do [Sistema Único de Saúde] SUS e ainda exportar vacinas sempre que nosso auxílio for requerido”. Em tempos de pandemia, Zuma agradeceu aos integrantes do projeto do Cibs, que acompanharam o evento online, a distância.
“Temos clara e convicta certeza do papel estratégico que Bio-Manguinhos representa para o país”, destacou Zuma (foto: Peter Ilicciev)
De acordo com o diretor, o projeto é grandioso e permitirá reduzir as vulnerabilidades nacionais no setor, permitindo um maior acesso às tecnologias de ponta, dando respostas mais rápidas às necessidades do SUS, com menor custo e gerando empregos. Ele ressaltou o apoio do Ministério da Saúde, que ajudou a viabilizar a iniciativa.
Em seguida, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, também enfatizou as muitas carências do sistema de saúde brasileiro na área tecnológica e observou que o Cibs dará uma importante contribuição para reduzir esse problema. “O Cibs aponta não apenas para as necessidades do presente, como as da pandemia, mas sobretudo para o futuro, para os próximos desafios que o país terá pela frente na Saúde”, afirmou.
Presidente da Fiocruz, Nísia comentou que será com esse tipo de investimento que o Brasil terá autonomia e reforçará sua soberania, dentro de um projeto que tenha como pilares a cidadania, os investimentos em saúde e tecnologia e o desenvolvimento social (foto: Peter Ilicciev)
Nísia traçou um paralelo do momento atual com a história da Fiocruz. “Esta instituição surgiu há 120 anos para enfrentar as emergências sanitárias daquela época. E continua, mais de um século depois, engajada em dar uma firme resposta aos desafios nacionais. A Saúde é um fator de desenvolvimento e o projeto de país no qual acreditamos contempla esse empenho em fortalecer a pesquisa, a inovação e a ciência e tecnologia para o SUS”. A presidente comentou que será com esse tipo de investimento que o Brasil terá autonomia e reforçará sua soberania, dentro de um projeto que tenha como pilares a cidadania, os investimentos em saúde e tecnologia e o desenvolvimento social.
Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello interveio após a presidente e afirmou seu prazer em fazer parte de um momento que classificou como histórico para o país. “Temos o maior sistema público de saúde do mundo e é com o SUS que podemos fazer frente aos desafios que surgem. Com o Cibs daremos um grande reforço ao legado de Oswaldo Cruz e poderemos projetar a saúde pública brasileira para os próximos 100 anos”.
“Com o Cibs daremos um grande reforço ao legado de Oswaldo Cruz e poderemos projetar a saúde pública brasileira para os próximos 100 anos”, afirmou o ministro Pazuello (foto: Peter Ilicciev)Pazuello recordou a atuação ao lado da Fiocruz nos últimos meses, em função do projeto da vacina de Oxford/AstraZeneca, que será produzida em Bio-Manguinhos. Ele fez uma breve projeção da produção de doses do imunizante na Fiocruz e disse que, com o IFA, a Fundação poderá entregar até 100 milhões de doses ainda no primeiro semestre. E outros 20 milhões no segundo semestre, já com a produção local do insumo.
Ele também citou os acordos com o Instituto Butantan e listou possíveis novas parcerias com a Pfizer, a Janssen, a Barat Biotech e o Instituto Gamaleya, que produz a Sputnik V, instituições com as quais o MS está mantendo negociações. Ao concluir, o ministro pediu que todos mantenham os cuidados eprotocolos sanitários exigidos pela pandemia: distanciamento social, uso de máscara e higienização constante das mãos.